BR | Dia das Mães é uma oportunidade para discussão de gênero e direitos das mulheres

Comemorado no segundo domingo do mês de maio, o Dia das Mães é frequentemente apontado como a segunda melhor data para o comércio varejista do país, perdendo apenas para o Natal. A origem desta celebração, no entanto, está ligada à luta por direitos.

Por volta de 1850, nos Estados Unidos, Ann Reeves Jarvis desenvolveu grupos de trabalho voltados para diminuição da mortalidade infantil por meio da melhoria das condições sanitárias. Os núcleos, que ficaram conhecidos como Mothers Days Works Clubs, também foram responsáveis por cuidar dos soldados feridos durante a Guerra Civil norte-americana.

Ann Jarvis dedicou sua vida a encorajar mulheres em prol da participação política e promoção da paz. Quando morreu, em 1905, a sua filha, Anna Jarvis, iniciou uma campanha para instaurar o Dia das Mães como um feriado nacional. Em 1914, o Congresso dos Estados Unidos reconheceu a data. Mas, com o passar dos anos, Anna Jarvis se afastou do movimento e passou a denunciar o lado comercial da data, organizando boicotes e protestos.

No Brasil, a data foi oficializada em 1932 pelo presidente Getúlio Vargas a partir de um pedido das feministas da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, movimento que teve como principal articuladora Berta Lutz e cujas principais pautas eram o voto feminino, a proteção às mães e à infância, e uma legislação reguladora do trabalho das mulheres. O Dia das Mães integrava a agenda estratégica da Federação por valorizar a importância das mulheres na sociedade.

Atualmente, os movimentos ligados aos direitos das mulheres destacam como a romantização da maternidade pode ocultar os problemas enfrentados por mães e gestantes durante a criação dos filhos. Por isso, é tão necessário discutir os estereótipos de gêneros, garantindo que o cuidado e a educação das crianças sejam compartilhados igualmente por mães e pais.